domingo, 27 de junho de 2010

UMA RESSUREIÇÃO E UMA CONSTATAÇÃO

Falando com atraso sobre o primeiro dia das oitavas, não poderia deixar de falar da notícia da rodada, que é justamente o renascimento do Uruguai como um time respeitável.

Devo dizer que cresci com uma profunda antipatia pela Celeste Olímpica, já que peguei, a partir do final da década de 70, uma seleção que se fiava somente na mística da "raça uruguaia", que invariavelmente era apelar para a violência após esgotados os (parcos) recursos de seus jogadores.

Entretanto, este time uruguaio está melhor estruturado sob o comando daquele que é, juntamente com Joachim Löw, o melhor técnico da Copa até agora: Oscar Tabarez, que soube, já no curso do Mundial, remontar a "coluna vertebral" do time, que já era boa com o goleiro Muslera (apesar de ter falhado no gol da Coreia ontem), o zagueiro Lugano e o atacante Suárez (embora seu excesso de individualismo ponha a perder algumas boas oportunidade). Sem solução para a articulação, soube recuar seu melhor jogador, o atacante Forlán, para o meio-campo, revelando dotes antes desconhecidos.

Não bastasse o bom futebol da seleção uruguaia, ainda há a entrega dos jogadores, realmente comovente. Ao contrário de minhas reservas da infância e adolescência, estou gostando do avanço da Celeste nesta Copa.

Por outro lado, o que não estou gostando nada é da farsa ganense (ou ganesa, sei lá). O time até agora não apresentou nada de interessante. Passou da primeira fase com dois gols de pênalti e uma atuação covarde diante da Alemanha.

Conseguiu se classificar ontem com um gol de chutão, em que o atacante Gyan conseguiu superar o zagueiro americano no jogo de corpo.

"Ahhh..." dirão os deslumbrados com o mito do futebol africano ou com esquerdopatia politicamente correta, "tem o Gyan, um atacante muito bom." Bom nada. Fez dois gols de pênalti e um aproveitando um chutão e uma bobeada da zaga. Além do mais é um presepeiro canastrão.

Outro dia fiz um post sobre as comemorações desta Copa. Acho muito legal ver jeitos diferentes de celebrar um gol, inclusive as coreografias da garotada do Santos, muito inspiradas na irreverência de Viola e Paulo Nunes, que geravam uma atração a mais nos jogos da década de 90. Contudo, odeio esta mania insuportável que vem grassando nos campos desde que os jogadores descubriram a câmera atrás do gol. Esquecem tudo para mandar seu recadinho para casa. Só falta lembrar a época do Show da Xuxa: quero mandar um beijo para minha mãe, 'pro meu pai e 'pra você...

O Gyan é exatamente este tipo de presepeiro. Fica bancando o rapper, com caras e bocas, para aparecer para as 32 câmeras da FIFA. A confirmação de tal impressão se deu ontem, quando, depois da dancinha do gol, ele se ajoelhou, bem canastrão, como se estivesse emocionado... Faça-me o favor...

Eis uma constatação peremptória deste blogueiro: o jogador mais insuportável da Copa é o Gyan, que não à toa é o destaque individual da seleção que mais engana no Mundial. Tomara que o Uruguai passe o carro neles.

Nenhum comentário: