sexta-feira, 25 de junho de 2010

BALANÇO DA PRIMEIRA FASE

Encerrada a primeira fase, preocupa o baixo nível técnico da Copa em geral, com times que não se segurariam na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. A situação melhorou com a última rodada, que apresentou lances de emoção que serviram para redimir um pouco o gosto insosso dos primeiros jogos.

Como sou um cara neurótico e não tenho muito tempo para me deitar em estilo, vamos como Jack, o Estripador, ou seja, por partes:

GRUPO A
Marcado por um novo vexame da França (que me fez dormir na pia, de tanto que chorei por conta de sua eliminação...chorei de rir, evidentemente), serviu para ressuscitar o Uruguai, que periga embalar, especialmente diante do adversário das Oitavas (a Coreia do Sul). A lamentar a eliminação dos Bafana Bafana, traídos pela fraqueza de seu elenco e pela falta de sorte, demonstrada em duas bolas na trave, uma no primeiro jogo contra o México, outra no último, contra a França, quando a partida ainda estava 2x0. Destaque individual para Forlán, que recuado para o meio-campo transformou a Celeste Olímpica. Chegando ao final do comentário, vejo que não falei do México, que se classificou sem despertar a atenção de ninguém. Se isto é bom ou ruim, caberá a Maradona dizer depois de amanhã...

GRUPO B
A Argentina passeou num grupo fraquíssimo. A Nigéria não é mais sombra do time insidioso que foi nas Copas de 94 e 98 e a Grécia, junto com a Suíça, é o paradigma da retranca. Foi o que bastou para que a Coreia do Sul, mesmo tomando de quatro da Argentina, conseguisse a segunda vaga. Destaque individual não poderia ser outro, senão Messi, que está tentando, mas assim como a África do Sul, está sendo perseguido pelas traves. Se as bolas começarem a entrar...

GRUPO C
Decepção com a Inglaterra, com um futebol muito aquém do que se espera de uma candidata ao título; surpresa com a Eslovênia, que mostrou muito mais do que o fiasco de 2002, além de alegrar a Copa com suas dancinhas de comemoração dos gols marcados; e emoção até o final com os EUA, que foram buscar dois resultados até o fim dos jogos com a Argélia e a Eslovênia. Destaque individual para o americano Donovan, que parece ser o líder de um time que quer se tornar grande.

GRUPO D
Uma chave morna. A Alemanha começou empolgando, depois perdeu para a Sérvia e fechou a participação na primeira fase jogando para o gasto contra Gana. Jogar para o gasto, aliás, foi o que fizeram os únicos africanos que sobreviveram à primeira fase. 1x0 magro contra a Sérvia, de pênalti; um empatezinho contra a Austrália, também graças a outro pênalti e uma derrota pequena contra os tricampeões mundiais. A Austrália mostrou ser um time razoavelmente consistente para as expectativas que pairam sobre o futebol dos Socceroos, enquanto que todo o nacionalismo sérvio não conseguiu produzir qualquer coisa além da mais impressionante comemoração da Copa até agora, com o jogador se atirando ao fosso do estádio para celebrar com a torcida. Destque individual para Schweinsteiger, o melhor volante do Mundial.

GRUPO E
Num grupo em que a Holanda passeou sem muito esforço e Camarões perdeu para todo mundo, o pouco de agitação se deveu a Dinamarca, que fez um grande duelo com os africanos; e o Japão, que mataram os Vikings com três golaços. Destaque individual para Sneijder, que promete mais para a fase de mata-mata.

GRUPO F
A chave mais fraca da Copa foi a que proporcionou a maior emoção. A Itália sucumbiu à falta de renovação e saiu do Mundial sem ganhar um jogo sequer e mostrando um elenco fraquíssimo, muito aquém das expectativas sempre depositadas nos tetracampeões do Mundo. O Paraguai ficou em primeiro lugar sem fazer muita força e eslovacos e neozelandeses se mostraram heroicos, conquistando suas "copas particulares": a Eslováquia com a classificação histórica contra a Itália e a Nova Zelândia saindo do Mundial invicta. Destaque individual para... Quagliarella, pelo esforço no final do último jogo e pela perplexidade de ver que um jogador de tal qualidade esteve no banco italiano este tempo todo...

GRUPO G
Eis uma chave que se mostrou realmente complicada. O Brasil penou para vencer a retranca norte-coreana, e sofreu até abrir a porteira contra Costa do Marfim, que perdeu a classificação na falta de ambição contra Portugal. Destaque individual, pasmem, para outro volante, Tiago, de Portugal, que também melhorou muito o time depois que entrou como titular.

GRUPO H
Deu a lógica, apesar do tropeço espanhol na primeira rodada. Depois de refeitos, fizeram dois gols em cada jogo e se classificarm em primeiro. Os suíços esbarraram na sua incompetência para fazer gols e perderam a vaga para o Chile. Honduras fez figuração. Destaque individual para David Villa, com três belíssimos gols.

Feito o balanço, eis a seleção da primeira fase:

Goleiro: BENAGLIO (Suíça) - o time saiu da Copa tendo tomado apenas um gol, e não foi por culpa dele, já que fez milagres contra o Chile. Ganha do nigeriano Enyeama por ter mantido a regularidade, já que o nigeriano "entregou o ouro" contra os gregos...

Lateral Direito: MAICON (Brasil) - é a melhor opção de saída de jogo do Brasil e fez um dos gols mais bonitos da Copa até agora. Além de tudo, mantém a regularidade.

Zagueiros: LÚCIO (Brasil), absoluto em todos os jogos e TERRY (Inglaterra), que exerce uma liderança impressionante dentro do English Team, tanto que não foi barrado após desafiar o próprio técnico.

Lateral Esquerdo: LAHM (Alemanha), na absoluta falta de qualquer lateral esquerdo que preste, desloca-se o lateral direito alemão para sua posição original.

Volantes: SCHWEINSTEIGER (Alemanha), que realizou duas excelentes partidas nas vitórias dos tricampeões, mostrando que a função pode ser executada com qualidade técnica e dinamismo e TIAGO (Portugal), que deu maior dinamismo ao meio-campo lusitano.

Meias: SNEIJDER (Holanda), jogador que faz a sua seleção andar e se destacou em meio à relativa "preguiça" que acometeu esta reedição da Laranja Mecânica num grupo muito fraco, e MESSI (Argentina), destaque absoluto da Argentina, que vem fazendo jus ao título de melhor do Mundo.

Atacantes: FORLÁN (Uruguai), que ajeitou o time do Uruguai com seu recuo para o meio-campo e chega à frente com perigo para os adversários e DAVID VILLA, goleador dotado de excelente técnica.

Treinador: OSCAR TABAREZ (Uruguai), soube perceber as carências de seu time e alocou seu melhor jogador para construir as opções de ataque da Celeste Olímpica.

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