E então, começou a Copa. E eu, que pedi férias exatamente entre 11/06 e 10/07, para tentar ver o máximo de jogos, acabei me enrolando todo. Consegui ver o primeiro jogo, mas não assisti à cerimônia de abertura, pois estava voltando de minha sessão semanal de terapia para me deixar mais calminho, e perdi os 10 primeiros minutos do segundo tempo do embate as Vuvuzelas e os Mariachis, ou melhor, África do Sul e México.
Pois bem, a cerimônia de abertura, embora a Imprensa tenha comentado de sua beleza, é aquele negócio de Copa do Mundo: uma enrolaçãozinha básica para dizer que é uma celebração mundial, enquanto o que todo mundo espera mesmo é a bola rolando.
Cerimônia de Abertura, assim, com letras maiúsculas, é só em Jogos Olímpicos. Lá há um dia só para isto, um ritual em tudo condizente com as origens religiosas que inspiram as Olimpíadas.
Futebol é algo diferente. Ainda que o testemunho de quem já foi a uma Copa in loco dê conta de um clima de amizade entre as torcidas e comunhão entre os indivíduos dos diversos países, não há na competição a mística da superação do Homem como espécie; a herança milenar inspirada pelos gregos.
Copa é disputa pura, equipes jogando por seus países e, nesta constatação, vai desde o prazer de despreocupadamente medir forças com outras seleções do mundo, típica daqueles países que vêm pela primeira vez ou são frequentadores bissextos do Mundial; passa pela magia de a cada quatro anos tentar superar a própria história nacional no maior palco do futebol mundial, e neste grupo parecem estar os europeus do norte como Holanda, Suécia e Dinamarca, que já chegaram longe em algumas Copas, nunca venceram, mas também não dão muita bola para a falta de títulos; e chega ao paroxismo dos latinos, especialmente Brasil, Argentina e Itália, que verdadeiramente parecem jogar a honra nacional em cada edição da Copa.
Tudo isto para dizer que não fez muita falta não ter assistido à tal cerimônia de abertura. Os 10 minutos iniciais do segundo tempo tiveram sua perda largamente compensada pela alegria de poder esperar o ônibus da escola com a minha filha, coisa que raramente o trabalho me deixa fazer.
Quanto à partida propriamente dita, realmente a alegria dos sulafricanos (com reforma ortográfica é assim ou ainda tem hífen?) acabou me contagiando e me peguei torcendo pelo time de amarelo, que, depois de superar o nervosismo dos primeiros 30 minutos de jogo, acabou fazendo um bom papel e um lindo gol na segunda etapa. Um pecado o gol de empate, uma frustração para os milhares de espectadores presentes ao belíssimo Soccer City.
Encerrada a partida, a impressão que fica é que os anfitriões tem chances concretas de classificação, mas precisam superar os nervos, enquanto que o México, naquele momento, pareceria confirmar minha previsão de um time menos expressivo do que na última Copa, só se salvando o irado uniforme preto e o arisco Giovanni dos Santos, atacante de pai brasileiro que já nos tinha destruído numa final de Mundial Sub-17.
Pois bem, depois deste jogo, fui para o trabalho, com uma reunião no começo da tarde e uma porção de tarefas em atraso para recolher, por numa mala e trazer para casa, na esperança de conseguir resolvê-las entre um jogo e outro ao longo deste mês. Neste meio-tempo, parei para ver Uruguai x França na televisão da minha associação profissional. Uma pelada medonha. A única graça foi ficar "zoando", com outros dez caras, o meu amigo André, botafoguense praticante que criticava a todo momento a ausência de "El Loco" Abreu no time titular da Celeste Olímpica.
No resumo do primeiro dia, Astecas e Africanos na liderança pelo critério de gols marcados, com reais esperanças de se classificarem, diante da indigência do futebol dos dois campeões mundiais do grupo.
sábado, 12 de junho de 2010
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