sábado, 12 de junho de 2010

COMEÇO ATRIBULADO

E então, começou a Copa. E eu, que pedi férias exatamente entre 11/06 e 10/07, para tentar ver o máximo de jogos, acabei me enrolando todo. Consegui ver o primeiro jogo, mas não assisti à cerimônia de abertura, pois estava voltando de minha sessão semanal de terapia para me deixar mais calminho, e perdi os 10 primeiros minutos do segundo tempo do embate as Vuvuzelas e os Mariachis, ou melhor, África do Sul e México.

Pois bem, a cerimônia de abertura, embora a Imprensa tenha comentado de sua beleza, é aquele negócio de Copa do Mundo: uma enrolaçãozinha básica para dizer que é uma celebração mundial, enquanto o que todo mundo espera mesmo é a bola rolando.

Cerimônia de Abertura, assim, com letras maiúsculas, é só em Jogos Olímpicos. Lá há um dia só para isto, um ritual em tudo condizente com as origens religiosas que inspiram as Olimpíadas.

Futebol é algo diferente. Ainda que o testemunho de quem já foi a uma Copa in loco dê conta de um clima de amizade entre as torcidas e comunhão entre os indivíduos dos diversos países, não há na competição a mística da superação do Homem como espécie; a herança milenar inspirada pelos gregos.

Copa é disputa pura, equipes jogando por seus países e, nesta constatação, vai desde o prazer de despreocupadamente medir forças com outras seleções do mundo, típica daqueles países que vêm pela primeira vez ou são frequentadores bissextos do Mundial; passa pela magia de a cada quatro anos tentar superar a própria história nacional no maior palco do futebol mundial, e neste grupo parecem estar os europeus do norte como Holanda, Suécia e Dinamarca, que já chegaram longe em algumas Copas, nunca venceram, mas também não dão muita bola para a falta de títulos; e chega ao paroxismo dos latinos, especialmente Brasil, Argentina e Itália, que verdadeiramente parecem jogar a honra nacional em cada edição da Copa.

Tudo isto para dizer que não fez muita falta não ter assistido à tal cerimônia de abertura. Os 10 minutos iniciais do segundo tempo tiveram sua perda largamente compensada pela alegria de poder esperar o ônibus da escola com a minha filha, coisa que raramente o trabalho me deixa fazer.

Quanto à partida propriamente dita, realmente a alegria dos sulafricanos (com reforma ortográfica é assim ou ainda tem hífen?) acabou me contagiando e me peguei torcendo pelo time de amarelo, que, depois de superar o nervosismo dos primeiros 30 minutos de jogo, acabou fazendo um bom papel e um lindo gol na segunda etapa. Um pecado o gol de empate, uma frustração para os milhares de espectadores presentes ao belíssimo Soccer City.

Encerrada a partida, a impressão que fica é que os anfitriões tem chances concretas de classificação, mas precisam superar os nervos, enquanto que o México, naquele momento, pareceria confirmar minha previsão de um time menos expressivo do que na última Copa, só se salvando o irado uniforme preto e o arisco Giovanni dos Santos, atacante de pai brasileiro que já nos tinha destruído numa final de Mundial Sub-17.

Pois bem, depois deste jogo, fui para o trabalho, com uma reunião no começo da tarde e uma porção de tarefas em atraso para recolher, por numa mala e trazer para casa, na esperança de conseguir resolvê-las entre um jogo e outro ao longo deste mês. Neste meio-tempo, parei para ver Uruguai x França na televisão da minha associação profissional. Uma pelada medonha. A única graça foi ficar "zoando", com outros dez caras, o meu amigo André, botafoguense praticante que criticava a todo momento a ausência de "El Loco" Abreu no time titular da Celeste Olímpica.

No resumo do primeiro dia, Astecas e Africanos na liderança pelo critério de gols marcados, com reais esperanças de se classificarem, diante da indigência do futebol dos dois campeões mundiais do grupo.

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