quinta-feira, 22 de julho de 2010

MUDANDO DE ESTAÇÃO, AINDA NO MESMO ASSUNTO

Encerrada a Copa, acabaram minhas férias e eu já entrei na barafunda de prazos, recursos, Fórum e muitas outras "juridiquices". Daí o atraso na volta.

Mas estou empenhado em não deixar crescer teias de aranha no blog novamente.

Portanto, mudemos de estação, do futebol para o vôlei, que iniciou hoje a fase final da Liga Mundial, com nosso time fazendo o de sempre: ganhando.

Como diz o título, muda o esporte, mas o assunto, pelo menos para a seleção, é o mesmo: controle emocional e auto-consciência dos atletas. Não vi o jogo e só soube do 3x2 em cima dos anfitriões argentinos ainda agora, pela globo.com, mas chega a ser reconfortante perceber que a Seleção "do Bernardinho" continua com a mesma postura: reconhece as falhas mesmo quando vence.

No vôlei masculino, os êxitos não mascaram os defeitos e o grau de exigência permanece o mesmo, pois o foco não é no resultado, mas sim no desempenho.

Tem jogaço sexta à noite contra a Sérvia. Tomara que eu consiga assistir.

domingo, 11 de julho de 2010

A SELEÇÃO DA COPA

Encerrado o Mundial, lanço a minha seleção definitiva da Copa:

Goleiro: CASILLAS (Espanha) - Cresceu no final, após ter começado de forma muito insegura. Salvou o time contra o Paraguai e a Holanda.

Lateral Direito: LAHM (Alemanha) - Líder do time e jogou acima da média, mesmo fora de sua posição original.

Zagueiros: LÚCIO (Brasil) - Mais uma vez, salvou-se do desastre brasileiro. PIQUÉ (Espanha) - Zagueiro mais firme e constante que seu parceiro Puyol, que se destacou pelo gol contra a Alemanha, mas, por exemplo, quase entregou hoje contra a Holanda.

Lateral Esquerdo: FÁBIO COENTRÃO (Portugal) - Achávamos que era o Brasil que não achava um titular para a posição, mas o mundo inteiro sente falta de alguém pelo lado esquerdo da defesa, tanto que meu eleito é um meia improvisado.

Volante: SCHWEINSTEIGER (Alemanha) - Diante da farta disponibilidade de meias versáteis e completos, uso um volante só, mas que joga como se fosse vários jogadores. Jogador regular, técnico e verdadeiro líder de sua equipe.

Meias: INIESTA (Espanha) - Está sempre descobrindo os espaços na frente, joga verticalmente, ajuda na composição do balanço defensivo e, para completar, fez o gol do título. MÜLLER (Alemanha) - Outro alemão impressionante. Em tese joga mais avançado, mas cobre os espaços no meio-campo e se tornou um dos artilheiros da Copa. SNEIJDER (Holanda) - Mais um dos artilheiros da Copa. Já prometia carregar a Holanda á frente desde antes do Mundial.

Atacantes: FORLÁN (Uruguai) - Artilheiro, líder, aceitou jogar fora da posição para resgatar a mística da Celeste Olímpica. DAVID VILLA (Espanha) - Fez cinco dos oito gols da Espanha. Tem grandes recursos técnicos. Entra na seleção, mesmo tendo uma máscara enorme.

Técnico: OSCAR TABAREZ (Uruguai) - Ganha de Joachim Löw pela covardia demonstrada no jogo contra a Espanha. Teve a grande percepção de recuar Forlán para ganhar o armador que faltava em seu time. Resgatou o orgulho uruguaio no futebol e manteve o time jogando sempre da mesma forma destemida.

Melhor Jogador: SNEIJDER (Holanda) - Páreo duro com Forlán, no mesmo nível de capacidade de decidir um jogo. Como chegou mais longe, leva o título.

UMA CAMPEÃ MEIO SEM SAL

Pois é, errei o palpite. A Espanha levou a Copa e, devo dizer, com justiça. A Holanda foi uma seleção acuada e violenta, reeditando um de seus piores momentos na história das Copas, a chamada "Batalha de Nuremberg", quando protagonizou, contra Portugal, o jogo com maior número de cartões de todos os Mundiais.

Entretanto, ainda que o time espanhol toque muito bem a bola, talvez tenha o melhor meio-campo do mundo, a Espanha ainda não me convence, mesmo com o título que acabou de ganhar.

Embora muita gente não dê importância à estatística - até porque ela é inútil no futebol -, a Fúria é a campeã com o menor número de gols de toda a História. É um time que se enrola, que não define, que, sinceramente, não me encantou como, por exemplo, o fez a Alemanha nas suas goleadas sobre Austrália, Argentina e Inglaterra; ou como o fez o Uruguai, redescobrindo uma garra que sepulta a miopia violenta que emperrava a Celeste e resgata a ombridade e o orgulho de um povo valente.

A Espanha só venceu por mais de um gol o fraquíssimo time de Honduras, assim como venceu todos os jogos por 1x0 na fase do mata-mata. Se fosse o Brasil no lugar da Fúria, nossa crônica desportiva, tão derretida pela seleção espanhola, estaria descendo a marreta na equipe verde-amarela.

Por isso que digo: a Espanha, mesmo campeã mundial, não me convenceu. Tem um bom time? Tem. Mereceu ganhar? Mereceu. Mas é uma das campeãs mais sem sal da história.

PARA NÃO FICAR EM CIMA DO MURO

Minutos antes da final, cumpro o costume do blog e não fico em cima do muro. Cravo, embora o jogo seja absolutamente imprevisível: Holanda campeã.

Porque fez mais gols (12, contra 7 da Espanha). Porque joga de forma mais objetiva. E porque, apesar do jogo da Espanha tocar bonito a bola, também não me convence, assim como não o fazia a Argentina.

Começou. Aproveitemos a final. Tomara que seja 4x4 e vá para os pênaltis...

INEDITISMOS NA FINAL: VANTAGEM DA HOLANDA?

Na Copa que expandiu um pouco mais as fronteiras do futebol, alcançando a África, temos uma final com vários traços de ineditismo.

Primeiro - e mais importante -, teremos um novo membro no clube dos campeões mundiais. Espanha e Holanda são seleções de tradição, mas nunca puseram as mãos numa Copa do Mundo.

Segundo, nunca uma seleção europeia venceu um mundial fora de seu próprio continente.

Terceiro, vale uma recapitulação: nos 80 anos de história das Copas, todas as finais contaram com pelo menos um de quatro gigantes do futebol: Brasil, Itália, Alemanha ou Argentina. O mais impressionante: todos fizeram seu début até 1954 (Argentina, vice em 1930; Itália, bicampeã em 34 e 38; Brasil, vice em 1950; e Alemanha, campeã em 1954). Em outras palavras, há 56 anos não há um Mundial que não tenha um destes mitos na final.

Considerando a tradição que sempre acaba se impondo nas Copas do Mundo, vejo uma certa vantagem - um tanto "mística", é verdade - para a Holanda. Se não, vejamos: embora nenhuma das duas seleções tenha uma estrela sobre seu escudo, a Holanda já chegou perto por duas vezes, enquanto que a Fúria (agora, finalmente sem aspas) teve seu melhor resultado no longínquo ano de 1950, com um quarto lugar.

Embora ambas as finalistas sejam de fora do continente africano, a África do Sul não é um território estranho para os holandeses, que colonizaram aquele país. Aliás, este pormenor pode ser outro aspecto positivo sob o ponto de vista da superstição: nas duas finais que perdeu, a seleção laranja enfrentou os donos da casa (Alemanha em 74 e Argentina em 78). Hoje, eles jogam mais ou menos em casa...

Por fim, se é para admitir um sócio novo naquele restritíssimo grupo de todos os participantes da final, a Holanda já fez um "estágio"...

O PURGATÓRIO PODE SER DIVERTIDO

Sempre que chega o dia da decisão pelo terceiro lugar da Copa, lembro-me de uma crônica do Juca Kfouri após a Copa de 1990, na qual ele, aproveitando o fato da sede ter sido a Itália, fez um paralelo com a obra-prima de Dante Alighieri, a Divina Comédia.

A ideia do texto era comparar as diversas seleções, os vários momentos e jogadores com as três grandes partes do referido livro: Inferno, Purgatório e Paraíso. Exatamente nesta crônica, Kfouri faz um paralelo entre o Purgatório e a decisão pelo terceiro lugar, já que depois de perder a passagem para a grande final, os times ainda são obrigados a jogar mais uma partida.

Entretanto, a ausência do que perder (a chance de ser campeão do mundo, que já ficou pelo caminho), normalmente leva as equipes a procurar vencer. Foi exatamente isto que aconteceu neste último sábado. Alemanha e Uruguai jogaram para vencer e tiveram um confronto cheio de alternativas: Alemanha 1x0 Uruguai, depois a Celeste virou para 2x1, a Alemanha tornou a virar o jogo para 3x2 e, no final, Forlán mandou uma bola no travessão no último lance da partida.

Enfim, um jogo divertido, que foi um prêmio para quem assistiu e para quem jogou. Alemanha e Uruguai são dois grandes vencedores desta Copa. O Uruguai, como todos afirmam, renasceu para o futebol como grande potência (ao menos até as próximas Eliminatórias....); enquanto que para Alemanha, embora com o travo amargo de ter batido na trave pela terceira vez seguida, há a certeza de ter uma geração valiosa, que tem pelo menos mais dois Mundiais para buscar a seu quarto título.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CAIR DE PÉ OU TRAIR O JOGO

Estava vendo o jogo entre Alemanha e Espanha e ouvi o Galvão dar uma dentro: "o Uruguai perdeu bonito".

Quem viu o jogo na terça-feira, percebeu que a Celeste não teve muita chance contra a Holanda. Chegou a empatar, mas "morreu" no segundo tempo, não tendo mais resistência física para acompanhar o ritmo dos Laranjas. Apesar disso, o time uruguaio não perdeu a cabeça e jogou o que podia em busca do empate, tendo apertado os holandeses no finalzinho.

Voltarão a Montevidéu com a cabeça erguida e a consciência do dever cumprido, sabendo que deixaram em campo tudo o que podiam dar pela sua seleção. Independentemente da partida do próximo sábado, onde jogará pelo terceiro lugar, o Uruguai sai da Copa com um dos maiores troféus que poderia conquistar depois da Taça FIFA: a ressurreição do país como potência do futebol, ao menos até o próximo Mundial.

Ao contrário do jogo de ontem, que mostrou grandes emoções até o final, a partida de hoje foi extremamente chata. Peguei-me pagando contas pela Internet durante o segundo tempo.

E muito da chatice se deveu à incompreensível postura da Alemanha, que em vez de buscar agredir a Espanha, preferiu se fechar atrás. Deu no que deu. Traiu o jogo que a trouxe até as semifinais e acabou no jogo de sábado, em vez de brigar por mais uma estrela.

terça-feira, 6 de julho de 2010

PALPITÃO DAS SEMIS

A Copa vai avançando e as previsões ficam cada vez mais difíceis. Até porque após a eliminação da Argentina, minha torcida é somente por um bom futebol. Qualquer um que ganhar estará de bom tamanho.

Mas este blogueiro não deixa de dar a cara a tapa:

URUGUAI x HOLANDA: a Holanda não mostrou nada demais nesta Copa, nem mesmo contra o Brasil, onde a classificação decorreu mais do descontrole emocional da nossa Seleção do que propriamente méritos do time laranja. De todo modo, tem jogadores muito bons, especialmente Sneijder e Robben, e um conjunto razoavelmente equilibrado. Do lado do Uruguai, a simpatia sulamericana, a tradicional garra da Celeste e um Forlán inspirado neste Mundial. Entretanto, o time uruguaio tem dois desfalques seríssimos: o capitão Lugano, que faz uma Copa muito boa e é a referência de liderança em campo; e o atacante Suárez, que apesar de ser um rematado fominha, tem mais técnica e participa mais do jogo do que o fará seu provável substituto "El Loco"(agora com o apelido definitivamente justificado) Abreu. Jogo duro e altamente imprevisível, mas com ligeira vantagem para a Holanda, que deve levar a vaga na final, especialmente se marcar o primeiro gol.

ALEMANHA x ESPANHA: terceiro jogaço em sequência para a verdadeira Divisão Panzer que é a seleção alemã. Os espanhóis tocam bem a bola, tem muita técnica e jogadores realmente admiráveis no meio-campo, mas ninguém que resolva a partida além do David Villa. Müller será um desfalque gravíssimo para os tricampeões, mas o resto do time parece dar conta do recado. Aqui a Alemanha tem uma vantagem mais evidente do que a Holanda no primeiro jogo. Aposto nos tedescos.

domingo, 4 de julho de 2010

SELEÇÃO DAS QUARTAS

Goleiro: CASILLAS (Espanha)
Lateral-Direito: LAHM (Alemanha)
Zagueiros: FRIEDRICH (Alemanha) e VICTORINO (Uruguai)
Lateral Esquerdo: FUCILE (Uruguai)
Volantes: INIESTA (Espanha) e SCHWEINSTEIGER (Alemanha)
Meias: MÜLLER (Alemanha) e SNEIJDER (Holanda)
Atacantes: VILLA (Espanha) e FORLÁN (Uruguai)
Técnico: JOACHIM LÖW (Alemanha)

RESENHÃO DO BARBALHO - Parte V: Brasil 1 x 2 Holanda

Minhas últimas notas:

JÚLIO CÉSAR: é o melhor goleiro do mundo, mas falhou no primeiro gol. Além de não gritar que era sua a jogada, ainda empurra a cabeça de Felipe Melo o suficiente para que o toque na bola a desviasse para o gol. - 4,0

MAICON: seguiu na sua constante de boas atuações. A Holanda não conseguiu se criar de seu lado e ele ainda buscou o apoio ao ataque. - 6,5

LÚCIO: outra ótima atuação, buscando novamente suprir a falta de criação do meio-campo. - 7,0

JUAN: manteve o ótimo nível da zaga, também não teve culpa no segundo gol. - 7,0

MICHEL BASTOS: só conseguiu parar Robben com faltas, tanto que teve que ser substituído. Talvez o pior desempenho individual no conjunto das Copas. - 3,0

GILBERTO: não viu a cor da bola. - 2,0

GILBERTO SILVA: quando foi necessário, não soube acalmar o time, nem armá-lo. - 3,0

FELIPE MELO: tinha feito um passe magistral no gol de Robinho; não teve culpa no primeiro gol; mas sucumbiu à ansiedade pelo resultado de que falei no post anterior. - 5,0

DANIEL ALVES: não esteve à altura do cartaz que se fez dele. Errou todas as faltas e escanteios que cobrou e não deu a articulação necessária ao meio-campo, prendendo a bola excessivamente, uma reedição piorada do Rivaldo (que, para este escriba, já tinha um estilo de jogo irritante). - 4,0

KAKÁ: ia fazendo um golaço, não fosse uma defesa providencial do grandalhão Sketelenburg. Rendeu bem no primeiro tempo, tentou muito no segundo, mas sem nenhuma eficiência. - 5,0

ROBINHO: muito bem no gol, estava pilhado em excesso. Sumiu no segundo tempo. - 6,0

LUÍS FABIANO: uma nulidade em campo. Para coroar a péssima atuação, ainda perdeu na corrida para Kuyt no lance do segundo gol, deixando-o cabecear para trás no primeiro pau. - 2,0

NILMAR: nada conseguiu fazer, pois o time já estava entregue - SEM NOTA

DUNGA: não conseguiu acalmar a equipe, mantendo sua postura de protestar incessantemente contra a arbitragem. Acabou caindo na arapuca que ele mesmo montou para si. Não tinha ninguém no banco para mudar o jogo. - 3,0

APAGÃO EMOCIONAL

Pois é. Caímos fora da Copa e ficamos a sexta-feira inteira com cara de couve. Sempre é triste ver a cidade mobilizada, vestida de verde e amarelo, com aquele ar de que está faltando algo.

Como isto aconteceu? O time começou tão bem, fez um gol logo no início e envolveu a Holanda durante todo o tempo. Não resolveu o jogo quando poderia ter "matado" o adversário.

Na volta do vestiário, apagão total, especialmente após o gol que a Holanda "achou". E aí, apesar de estar vestido de azul, o time amarelou. Ficou com medo de perder, enervou-se além do nível já alto que demonstravam no início da partida (veja-se o "fuck off" do Robinho na cara do van Bommel, durante o primeiro tempo).

O Brasil passou a temer pelo resultado, em vez de se concentrar no jogo. Talvez isto explique o segundo gol, em que a jogadinha do escanteio no primeiro pau é fatal, mas que não acontece quando o time que se defende está concentrado na marcação.

E a preocupação com o resultado, em vez da concentração no jogo talvez traia uma opção do comandante deste time. Dunga escolheu o caminho de responder a tudo com o resultado. Já tinha previsto que sua redenção perante a opinião pública só viria com o título na Copa.

Fechou o grupo com base na lealdade, repetindo um erro que ele já tinha vivenciado como jogador. Lazaroni ganhara uma Copa América em 1989, depois de um jejum de 40 anos, mas foi à Copa com um time titular baseado na confiança pessoal, trocando o ataque matador do ano anterior, Bebeto e Romário, por Careca e Müller (muito embora o Baixinho viesse de lesão gravíssima, que quase o cortou da Copa de 1990).

A lealdade exigida e retribuída por Dunga provavelmente vinculou todo o grupo ao seu compromisso único e exclusivo com o resultado. Deu no que deu.

Bernardo Rezende, o Bernardinho, técnico da Seleção Brasileira de Vôlei que ganhou tudo e mais um pouco, afirma em seu livro Transformando Suor em Ouro, que o atleta não tem que se preocupar com o resultado, mas se concentrar em seu desempenho. A Seleção fez, como disse, justamente o contrário, se perdeu, e acabou perdendo.

Quando a busca se foca no resultado, as ações, quando em desvantagem, tendem à ansiedade, o que desequilibra emocionalmente a equipe. Daí o apagão.

O Brasil precisa reaprender que tem qualidade para jogar futebol. O resultado será uma consequência. A sofreguidão pelo resultado nos levou a um lugar abaixo da Copa anterior. Em 2006, ficamos em quinto. Este ano, ficamos em sexto lugar, atrás da Argentina.

sábado, 3 de julho de 2010

EU AVISEI! DUAS VEZES!

Em primeiro lugar, tenho que me desculpar pela ausência de ontem, mas acabei me recolhendo num "luto desportivo" por conta da inexplicável derrota do Brasil, que será objeto de post específico.

Como estou escrevendo após os dois dias das quartas de final, vou exercer uma das melhores idiossincrasias de quem fala em público: EU AVISEI!!!

Neste caso, como destaco no título, o fiz por duas vezes.

Minha primeira "predição" se confirmou na sexta-feira, naquele que foi o jogo mais emocionante da Copa: Uruguai x Gana, 0x0. Nos últimos segundos da prorrogação, pênalti para Gana. Era bater e correr para o abraço, pois o jogo terminava ali. Literalmente.

Quem ajeita a bola? O presepeiro da Copa de 2010: Gyan. Corre e dá, nas sábias palavras de Lédio Carmona, uma bicanca no travessão. Sua canastrice à la Cristiano Ronaldo estampa uma cara entre o desespero e a vergonha, fingindo um sentimento de agonia que realmente não consegui identificar.

Os admiradores daquilo que é abominado por Papai Joel, a "palhaçadinha", vão dizer: mas o Gyan foi corajoso, bateu na disputa de pênaltis do mesmo jeito, no alto, e meteu a bola no ângulo. Do que adiantou? Nada. Só para fingir uma emoção compungida, um choro de canastrão em que não se via nenhuma lágrima.

Façam-me um favor... Gyan serve bem para aqueles times de terceira linha da Espanha e da Alemanha, que de vez em quando aparecem nos gols do Fantástico cavalgando uma zebra contra os grandes times de tais ligas. Mais nada.

Já neste sábado, a segunda confirmação: quando encarou o primeiro time de qualidade nesta Copa, a Argentina não viu a cor da bola. Jogou mal a Argentina? Nem tanto. O problema é que a seleção alviceleste é mal armada. Maradona não é técnico.

Entretanto, um parêntese final: falei muito mal de Maradona, previ sua derrota para os alemães, torci contra a Argentina hoje. Mas há que se reconhecer que Diego Maradona teve uma enorme dignidade, ao ir buscar seus jogadores em campo, mostrando, na prática, o compromisso que ele tinha com o time.

Se há uma virtude na pantomima protagonizada por Maradona nesta Copa é esta: o amor sincero dele pela sua seleção. O amor puro pelas cores da Argentina.

Não duvido do amor de Dunga pela Seleção, pelas cores do Brasil. Ele é um dos maiores exemplos de dedicação - e superação - na história do futebol brasileiro. Seu problema é que ele deixa a raiva e o desejo de revanche turvarem seu raciocínio. E assim dá munição a quem ama odiá-lo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

BOM PRESSÁGIO

O Brasil joga de azul nesta sexta-feira. Bom sinal. Desde que comecei a acompanhar a Copa do Mundo, em 1982, só ganhamos o título quando fizemos pelo menos uma partida com o segundo uniforme (1994, de azul contra a Suécia - duas vezes - e a Holanda; e 2002, de azul contra a Inglaterra).

Em 1982 foram cinco jogos de amarelo; assim como em 1986 e em 2006. Em 1990 foram só quatro, pois caímos fora nas Oitavas para Argentina; e em 1998, apesar de termos jogado com a Holanda na semifinal, vestimos amarelo, num jogo realmente estranho, onde eles jogaram de laranja.

Então, além de termos feito gol de zagueiro, temos também a mística da camisa azul a nosso favor. Agarremo-nos a qualquer coisa, porque amanhã promete ser de arrebentar os nervos...