quarta-feira, 13 de agosto de 2008

TESTEMUNHA SONADA DA CONSISTÊNCIA DE UM ESPORTE

Estou "batendo cabeça" há três dias. Como vários amigos que me relatam o mesmo sentimento, o Judô é uma das modalidades que mais me dá prazer em assistir. A concepção das regras da própria modalidade, que não permite aos atletas que simplesmente deixem de buscar o objetivo principal do esporte, tornando os embates imprevisíveis até o final e compensem o enorme custo em horas de sono que as competições em Pequim estão me cobrando.

Além disso, há o inegável pendor brasileiro para tornar-se amante daqueles esportes em que somos vencedores. Já foi dito várias vezes pela crônica desportiva, não sem alguma razão, que o brasileiro não gosta exatamente de esporte, mas de ganhar.

Embora não concorde integralmente com a afirmação, ou pelo menos com o contexto em que ela é normalmente feita (e isto será objeto de um post mais adiante), devo reconhecer que a consistência com que o Judô conquistou o posto - ainda que provisoriamente - de esporte que mais glórias olímpicas nos proporcionou (ao menos quantitativamente) serve como um grande chamariz para vários espectadores.

De ontem para hoje, por exemplo, comecei a assistir as transmissões por conta da Mayra Aguiar, que infelizmente foi traída pelo seu ímpeto juvenil logo na primeira luta, mas mostrou um destemor que ainda a pode levar a alturas ainda não imaginadas no Judô mundial. Entretanto, qual não foi a surpresa proporcionada pelo Eduardo Silva, que quase beliscou mais um bronze?

Repito: tal desempenho não vem por acaso. A disseminação do Judô em clubes e, principalmente, em um grande número de escolas por todo o país cria a massificação necessária para produzirmos atletas de elite, que já construíram um estilo e uma tradição genuinamente brasileira da modalidade, efetivamente respeitada ao redor do mundo.

Que a motivação criada pelos nossos primeiros heróis em Pequim possa revelar novas Mayras e Eduardos hoje e no futuro.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ainda bem que não tenho v@#%&elox.
Bem que tentei acompanhar o judô, mas definitivamente não entendo nem gosto do esporte. Durante uma luta não tenho a mínima noção de quem está em melhor ou pior situação. Prefiro a natação. Não consigo entender como alguém consegue nadar tão bem, mas fico admirado.
Além do mais, a transmissão é um “barato”. Aquelas câmeras debaixo da água mostrando a diferença na chegada da equipe americana contra os franceses, dá a exata dimensão, para o telespectador, de uma diferença praticamente inexistente. Infelizmente quem está estragando as competições de natação é este rapaz, o Michael Phelps. Precisava ir à China. Tal qual um Clovis Bornay das piscinas deveria ganhar o título de hours concurs e ficar em casa jogando videogame deixando a disputa para os simples mortais. Seria mais divertido.
Admito que posso estar errado, mas entendo a TV como um veículo transmissor de imagens onde o texto é secundário e as vezes até desnecessário, tal como aconteceu depois de uma das competições de revezamento onde nossa equipe feminina chegou em último lugar; para amenizar, os vibrantes locutores disseram que a equipe chegou em oitavo. Eram oito competindo!
As informações na telinha tais como: nome da turma, tempo alcançado, nacionalidade, tudo bem, mas precisava entrevistar. Visivelmente constrangidas ainda tentavam justificar – melhoramos quase 1 segundo nosso recorde sul-americano, disse uma delas. Ora, para melhorar o recorde sul-americano não era preciso ir à China, bastaria uma caída na piscina de nossos hermanos argentinos. É mais perto e muito mais barato.

Anônimo disse...

No texto anterior, onde se lê: "hours concurs" leia-se "hours concours"

Anônimo disse...

Animal, mesmo bem atrasado, dou as boas vindas ao maravilhoso, psicótico e esquizofrênico mundo da atualização de conteúdo digital. Li TODOS os posts hoje, aproveitando a manhã olímpica menos agitada. Como quase sempre, acho que você está arrebentando na análise, apesar do otimismo um pouco exagerado...
Bom, como este é um fórum, envio meus palpites em bolões que estou participando para análise de todos:
Ouro
Futebol Masculino
Futebol Feminino
Vôlei Masculino
Vôlei Feminino
João Derly (judô)
Tiago Camilo (judô)
Prata
Cesar Cielo (50m livre)
Ricardo "Bimba" Winicki (RS-X)
Luciano Corrêa, no judô
Bronze
Maurren Maggi (salto em distância)
Jade Barbosa (salto)
Ricardo/Emanuel
Thiago Pereira (200m medley)
Diego Hypolito (solo)
Robert Scheidt e Bruno Prada (Star)
Então, o que acharam?
Abraços!

Anônimo disse...

Sobre o que o Beto disse do judô e da natação, devo registrar que só estou 'parando as máquinas' aqui no trabalho para assistir às disputas no tatame. É um esporte bem dinâmico e ótimo para torcer, como bem já disse o escriba deste blog.
Em relação às braçadas nas piscinas, também gosto, mas só paro para ver quando estou em casa. Fiquei bem revoltado no início quando a única coisa que se ouvia dos atletas brasileiros era: 'só de estar nas Olimpíadas já é uma vitória', 'ficar entre os 16 melhores do mundo é bom demais', 'estou satisfeito por baixar o meu tempo' e o indefectível 'batemos o recorde sul-americano'. Ora, isso vindo da boca dos analistas é uma coisa (bem rasteira, aliás, pois é quase tudo que a maioria diz nos microfones). Outra é o principal responsável por melhorar essa situação adotar discurso tão conformista! Um gênio chegou ao ponto de dizer que estava 'feliz só por estar ali reencontrando os amigos'. É muita afronta com quem fica torcendo daqui, não? Enquanto isso, no judô, João Derly e Eduardo Santos dão exemplo de como é saber exatamente o que é honrar o país, perdendo, mas deixando claro que está bem chateado com a derrota.
Bom, vou parar por aqui porque senão meu irmão vai ter de abrir um post a cada vez que deixo comentários.
Abraços!