quinta-feira, 21 de agosto de 2008

LONGE DO FIASCO

Com os Jogos chegando à reta final e algumas esperanças de ouro olímpico do Brasil se esvaindo em meio ao despreparo psicológico, ou pura e simplesmente sucumbindo diante de adversários mais fortes, começam a surgir as vozes que apontam para um fiasco do país nas Olimpíadas.

Embora não tenha procuração do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), cumpre colocar as coisas nos seus devidos lugares. Hoje, antes mesmo das decisões de ouro e bronze no Vôlei de Praia Masculino, o Brasil já tem 10 medalhas garantidas. Vejamos: já conquistamos 8 medalhas (1 de ouro, 2 de prata e 5 de bronze), mas temos duas medalhas garantidas por estarmos nas finais do Vôlei de Praia Masculino e do Vôlei de Quadra Feminino. Já são 10.

Mas temos reais chances de conquistar o bronze no mesmo Vôlei de Praia e alguma medalha no Vôlei de Quadra Masculino. Além disso, ainda há possibilidades com o Futebol Masculino, Natália Falavigna no Taekwondo e Maurren Maggi no atletismo. se ganharmos estas cinco medalhas, igualaríamos nosso melhor desempenho quantitativo, que foi cravado em Atlanta 1996, com 15 medalhas.

Isto ainda ficaria aquém da previsão mais conservadora que fiz no blog (Palpitão 2), mas está longe de ser um fiasco para um país que, há apenas quatro Jogos atrás, em Barcelona 1992, ganhou apenas 3 medalhas.

Há muito a ser melhorado, especialmente se considerarmos que este ciclo olímpico foi integralmente coberto com verbas da Lei Piva, mas desde que a atual gestão de Carlos Arthur Nuzman assumiu o COB, o país nunca mais ganhou menos do que 10 medalhas (15 em Atlanta, 12 em Sydney, 10 em Atenas e já 10 garantidas em Pequim), enquanto que o máximo conquistado antes tinham sido as 8 medalhas em Los Angeles 1984.

Há uma matéria do Mário Sabino na Veja da semana passada que fala que uma potência olímpica se estabelece no patamar de mais de 20 medalhas olímpicas ("A China quer o Primeiro Lugar", Revista Veja, nº2073, pag.124, agosto 2008). Estamos no meio do caminho. Temos que andar mais, e mais rápido, mas estamos longe dos medíocres e irrelevantes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deixava a questão do número de medalhas para o final e certamente voltarei a ela, mas ao ler sua matéria não posso deixar de fazer o seguinte comentário.
Não cabe aqui questionar a justiça ou os critérios na definição dos lugares no quadro geral de medalhas. Como diz o Arnaldo, a regra é clara e eu completo, para todos, mas neste exato momento o Brasil está atrás da Jamaica, Geórgia, Quênia, Bielo-Rússia, Etiópia, Cazaquistão e, pasme, Zimbabwe.
Ainda bem que estamos na frente do Azerbaijão.
Espero que o amigo não fique amuado comigo. De leve.