quinta-feira, 30 de julho de 2009

O TROMBA NO OLHO DO FURACÃO.

Finalmente, o blog começa a esquentar. Agradeço a participação do André, que tocado nos seus brios alvinegros e exercendo o talento botafoguense para o debate, questiona os comentários do Animalzinho (afinal, se a alcunha serve em família para os dois, algo deve nos destacar: neste caso, sendo nosso pai militar, vale a máxima "antiguidade é posto" e ele fica com o diminutivo porque é o mais novo) sobre o Andrade.

Embora a resposta do Felipe na lista de comentários já fosse suficiente para veicular a réplica, vou estender o assunto. Em primeiro lugar, vou repetir a recomendação que já fiz na lista de discussão dos peladeiros da Procuradoria do Estado do Rio de Janeiro, instituição em que tenho a honra de trabalhar com o André: lave a boca com sabão para falar do Zico, até porque ele é um atleta que sempre gostou muito de vo-6.

Mas a relativização que o André fez é pertinente, embora esqueça que o Tromba foi integrante daquela que, na minha opinião, foi a melhor seleção olímpica de futebol que o Brasil já teve: em 1988, com a 19 nas costas, Andrade foi o titular da equipe vice-campeã nos Jogos de Seul.

Tirando isto, o comandante ainda interino do Flamengo teve o azar de ser contemporâneo de Falcão e Cerezo (o que não justificaria, no entanto, convocar o Batista no seu lugar para o banco de suplentes que foi à Copa da Espanha, em 1982). Em 1986, o Flamengo estava começando a se remontar depois de dois anos ruins (1984 e 1985). Já em 90, sua carreira começava a declinar.

O mesmo ceticismo que inspira a análise do caro "Catanha" (que é craque de bola, posso atestar uma partida antológica em que marcou um golaço de falta e outro de bicicleta) é o ponto de partida para meu comentário para o recém-terminado jogo do Flamengo com o Atlético Mineiro. A torcida rubronegra, volúvel que só ela, já começa a gritar para que o Andrade fique.

Meu conselho é: calma. O time parece realmente estar jogando melhor. Não vi o jogo do Santos, mas hoje o Flamengo se impôs no ataque e se aproveitou de uma partida horrorosa do Galo (aliás, o Celso Roth vai começar a entregar mais cedo o campeonato este ano?). Entretanto, vi um sistema defensivo muito frouxo e um meio-campo que continua perder bolas idiotas na saída para o ataque. O time tem um elenco que não deixa nada a dever aos demais clubes do Brasileirão, mas o técnico tem que ter experiência e sensibilidade para conseguir aproveitar todas as variações e administrar as diversas vaidades que sempre surgem no plantel.

O ex-camisa 6 (e agora lembro que foi ele que marcou o sexto gol da revanche sobre o Botafogo em 1981, talvez daí venha a mágoa no coração do Catanha), visivelmente tímido, retraído e discreto ao extremo, teria capacidade de se impor no caldeirão que é a Gávea.

Até torço para que sim, o que não seria uma surpresa para um jogador que por tanto tempo se firmou como uma âncora num time superestelar como era o Flamengo dos anos 80.

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