segunda-feira, 28 de julho de 2008

PROGNÓSTICOS (Ou palpites com nome pernóstico - 3: A Coroa Ameaçada)

Cinco dias sem postagem. Blogueiro amador é um problema, acaba sendo atropelado pelos fatos.

Pois bem, após a notícia do Robinho, que precipitou meus comentários sobre a Seleção de Futebol Masculino, os eventos do fim de semana me levam a comentar a segunda paixão nacional, a nossa Seleção de Vôlei Masculino.

O resumo das finais da Liga Mundial neste sábado e domingo é o seguinte: tomamos dois "vareios". Não vimos a cor da bola. A pergunta que fica é: e aí, temos o tricampeonato olímpico ameaçado?

Temos, como sempre tivemos, agora só um pouco mais intensamente. A história de que o Brasil não teria concorrentes nos Jogos Olímpicos sempre foi mais fruto do oba-oba que caracteriza a torcida nacional do que propriamente uma observação baseada em fatos. Ganhamos quase tudo na Era Bernardinho? Sim, mas nunca sem fortes adversários.

Os EUA que nos bateram no sábado são uma pedra no sapato da Seleção, tendo, segundo as informações veiculadas após a derrota, nos batido sete vezes desde que nosso "Karpolzinho" assumiu o comando do Vôlei Masculino. A Rússia, que nos tirou pela primeira vez do pódio nos últimos sete anos, já tinha nos vencido aqui mesmo no Brasil na final de uma Liga Mundial.

Para além de tais times, temos o Leste Europeu, mais especificamente, Polônia, Bulgária e Sérvia. Todos times altíssimos e cujo jogo é baseado na força. A Polônia é um time muito jovem, fez um Mundial brilhante e tem a tradição coroada por um título olímpico na década de 70.

A Bulgária já nos fez sofrer mais de uma vez e, como esteve fora da Liga, vem treinando com a bola dos Jogos Olímpicos há mais tempo (e isto parece que faz diferença, por depoimentos dados pelos próprios jogadores, que estranharam o novo modelo).

A Sérvia não nos vencia há oito anos. Ganhou um dos jogos da fase inicial da Liga e, além disso, também tem tradição no esporte, herdada da antiga Iugoslávia.

Além destes times, ainda há a Itália, sempre ameaçadora e que deve estar louca por um título olímipico, que deixa escapar desde 1992.

Portanto, ameaças à coroa do Vôlei Masculino sempre existiram. O problema agora é que os outros times, a poucos dias dos Jogos, passaram a acreditar ser possível ganhar do Brasil e, pior, tem dois vídeos que podem ser exaustivamente estudados para tentar reproduzir a tática de americanos e russos.

Entretanto, a Seleção continua com crédito sobrando. Quedas semelhantes já foram superadas (perda da Liga em 2002 e do Pan em 2003) e o time voltou mais forte. Há pouco tempo para tentar construir uma forma de contornar as táticas que nos pararam este fim de semana? Sim, mas a motivação de encerrar um ciclo de oito anos com chave de ouro (literalmente) e colocar seus nomes no rol de uma das maiores equipes de todos os tempos pode ser um forte catalisador para uma nova alquimia de Bernardinho e dos incríveis atletas do Vôlei Masculino, que, vencendo, transformarão mais uma vez lágrimas em suor, e suor em ouro.

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