sábado, 28 de julho de 2012

COMEÇOU A MARCHA OLÍMPICA

Pensando sobre o que iria escrever ao final deste início primoroso do Brasil em Londres, veio-me de imediato: começamos com o pé direito.

Efetivamente, três medalhas, uma de cada cor, é um resultado além da expectativa. Entretanto, lembrei que os Jogos foram inaugurados ontem, com uma Cerimônia de Abertura que, devo dizer, deixou a desejar. A presença de grandes nomes como Kenneth Branagh e J.K.Rowling prometeu um evento que mostrasse ao mundo a riqueza cultural do Reino Unido. Os toques de humor, com o salto de paraquedas da Rainha e a participação de Rowan Atkinson na execução de Chariots of Fire, também foram muito bem pensados.

Entretanto, como se comentou ao longo da cobertura ao vivo do Sportv, faltou emoção. E faltou porque o Esporte esteve meio longe do que se mostrou ao longo da festa, que também pecou pela falta de ritmo, parecendo um tanto quanto arrastada.

Os pontos altos foram os coros de crianças apresentando os quatro países do Reino Unido, em lindas imagens gravadas e, ao vivo, cantando God Save the Queen; a formação dos aros olímpicos; e a solução dada para a formação da Pira Olímpica, composta por artefatos que acompanharam cada uma das 205 delegações que desfilaram um pouco antes.

Mas acho imperdoável um país com a história esportiva em geral e olímpica em particular, tendo sediado dois Jogos Olímpicos cheios de significado anteriormente, tornando-se a cidade que mais vezes recebeu o evento, tenha deixado a mitologia esportiva de fora da festa. Vale o alerta para a nossa festa daqui a quatro anos.

Portanto, está explicado o título, como no Exército Brasileiro, começamos nossa marcha com o pé esquerdo, mas o direito vem logo a seguir, numa alternância que caracteriza qualquer evento esportivo desta magnitude.

Hoje tivemos a glória dourada de Sarah Menezes, a superação de Felipe Kitadai e a surpresa de Thiago Pereira, que finalmente chegou a um pódio olímpico há muito perseguido.

Por outro lado, tivemos o fiasco de Felipe França, que não chegou à final dos 100m peito, mais uma queda de Diego Hypólito, o apagão do time feminino de Basquete e, em certa medida, o susto preocupante da Seleção de Vôlei Feminino.

Mas o amargor destas derrotas ou a preocupação de uma vitória pouco convincente não bastam para empanar o brilho de uma largada que nos dá razões para sonharmos com uma marcha triunfal, talvez a melhor de nossa história olímpica.

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