sábado, 14 de julho de 2012

PALPITES DO BARBALHO - PARTE 1: Canarinhos Mirrados

Mantendo a tradição do blog, e agora que faltam menos de duas semanas para o início dos Jogos Olímpicos, passo a exercer meu direito inalienável à gato-mestragem (ou seria gato-mestrice? Tem hífen?).

Só para lembrar, meus prognósticos (nome pernóstico para chutes de quem se mete a entendido no tema) para os Jogos de Pequim passaram longe do alvo, sendo objeto de merecida chacota pública do Renato Maurício Prado em sua coluna. Previ 33 (!!!) medalhas para o Brasil na edição de 2008...(veja neste próprio blog: http://patriadesportiva.blogspot.com.br/2008/08/palpito-ou-chuva-de-ouro-ou-ainda.html ou ainda, http://patriadesportiva.blogspot.com.br/2008/08/palpito-2-ou-menos-fernando-menos.html)

Entretanto, fazendo uso da frase petelha que já virou clichê, como "sou brasileiro e não desisto nunca", começo a Sessão Palpitão pelo atletismo, inspiração para o subtítulo metido a engraçado lá em cima.

Traduzindo (porque piada ruim vc tem que explicar), canarinhos são a referência emprestada do futebol, uma vez que nossa Seleção há algum tempo atrás ostentava com mais frequência este apelido de sentido duvidoso. Mirrados por conta do pífio desempenho do nosso atletismo ao longo da história olímpica, especialmente à luz do nosso potencial.

De fato, em 88 anos de participação em Jogos Olímpicos (não estou contando a edição deste ano), temos quatro medalhas de ouro: duas com Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo, uma com Joaquim Cruz, nos 800 metros rasos, e a última em 2008, com Maurren Maggi, no salto em distância. Ou seja, um campeão olímpico a cada quatro edições dos Jogos, em média.

Pessoalmente, considero este resultado uma verdadeira vergonha, dada a imensa população que temos, e, portanto, a praticamente inesgotável fonte de potenciais atletas a poderem apresentar um desempenho minimamente compatível com a expressão do nosso país no mundo em geral, e no esporte, especificamente.

Pois bem, este ano, o negócio não parece muito melhor.

Maurren Maggi não salta mais do que 7,00 metros desde a noite em que obteve o ouro olímpico, quatro anos atrás. No último Mundial da modalidade, não chegou sequer ao pódio. Entretanto, tem currículo que deve ser respeitado. Uma visão realista lhe dá, no máximo, um bronze.

Fabiana Murer era a grande esperança até o início deste ano, especialmente com o título mundial indoor conquistado em 2011. Entretanto, não vem repetindo o excelente desempenho ao longo deste ano. Talvez a série de treinamentos do ano olímpico produza resultados na própria competição. Como há uma Isinbayeva no caminho, uma prata está de excelente tamanho, sempre contando que nenhuma vara suma durante a competição...

Marílson dos Santos é constantemente apontado como o maratonista melhor ranqueado após todos os africanos de plantão. Portanto, se o tempo, o sol, a pressão atmosférica e os astros se alinharem, pode ser que somente dois - dos 544 africanos que vencem corridas de fundo às dúzias - fiquem à frente dele. Repetir o bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima em 2004 já estaria ótimo.

Ultimamente tem-se falado muito das possibilidades do revezamento 4x100 feminino, que estaria herdando um retrospecto destacado que a equipe masculina teve na década de 1990. Mas o próprio treinador afirma que uma medalha é muito difícil. Para manter o viés otimista do blog, cravo um bronze aqui também.

Como dizia o meu caríssimo amigo Marcos Juruena, ele também apaixonado por esportes, "é o que tem pra hoje": na melhor das hipóteses, uma prata e três bronzes. Vamos contando. Mais tarde eu volto com outras previsões.

Nenhum comentário: