quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Primeiras impressões da primeira vez

Acabo de chegar do Barradão. Foi a primeira vez que assisti a uma partida do Mengão fora do Rio. Se não comemorei uma vitória na casa do adversário, dei sorte de ver um jogaço, com direito a gol no último minuto e saída alegre do estádio!

Posso dizer que é meio esquisito ser minoria no estádio, sensação que a turma do arco-íris deve ter constantemente nos clássicos. Apesar da ótima presença da torcida do Flamengo, tomando um terço do estádio, olhar para o outro lado e ver mais gente, mesmo que com as cores rubro-negras, incomoda um pouco.

Também estranhei o jeito da galera do Mengão daqui. O comportamento antes e durante o jogo lembrou muito mais as torcidas que vão assistir à Seleção Brasileira pelo país afora. A vibração é diferente. Não questiono aqui o tamanho do amor que sentem pelo clube, mas a intensidade disso. Aquela paixão, de ficar desesperado a cada passe errado, como presenciei zilhões de vezes nas arquibancadas do Maraca, muitas delas do cara que divide este blog comigo, parece que se transforma em compreensão excessiva dos que estão satisfeitos só por estarem ali, tendo a oportunidade de conferir de pertinho o Manto Sagrado em ação no gramado.

E o repertório de canções? Beeeeem diferente de um "domengo no Maraca". Durante as quase cinco horas que fiquei no estádio, ouvi, no máximo, uma meia dúzia. A mais cantada foi o hit "Raça, Amor e Paixão", com variações para "Sai do chão" depois dos gols (aliás, por aqui eles falam "pula!" em vez de "uh!" no começo). Os dois hinos, a saber, "Uma vez Flamengo" e "Alegria de ser rubro-negro", pouquíssimas vezes pude entoar junto, e mesmo assim sem chegar até o fim por falta de adesão necessária. Mas aprendi uma nova musiquinha, de provocação, específica ao Vitória: "Time fuleiro, nunca foi campeão brasileiro!" e ainda estou tentando entender outra que devolvemos ao fim do jogo, após escutar durante o segundo tempo.

Quem chegou a esta altura do post já começando a achar que não gostei da experiência pouco entende de paixão pelo clube do coração. Reencontrar o Mengão no estádio foi muito bom, ainda mais para um torcedor outrora frequentador assíduo do Maraca e "pijameiro" já há uns cinco anos, desde o nascimento do filho. Basta dizer que a última vez que tinha ido ao Maior do Mundo tinha sido no Carioca do ano passado, na vitória sobre a Cabofriense, a primeira vez de Rafinha pé quente. Chegar em casa cansado, fedido, rouco e com aquela vontade incontrolável de ver o vídeo dos melhores momentos do jogo faz com que eu me sinta vivo, tanto quanto quando volto de pelada com algum machucado para tratar ou saio do mar depois de dropar uma onda para dez vacas e 15 caixotes.

Enfim, hoje tive uma experiência e tanto. Voltei a cantar ao mundo inteiro a alegria de ser rubro-negro, pela primeira vez no Barradão.

Amanhã, mais descansado e com tempo, mostro como foi a minha ida ao estádio com detalhes mais para a infra do evento. Aliás, alguém que lê este blog já foi ao Buracão? Ops! Digo, Barradão.

Nenhum comentário: