segunda-feira, 5 de outubro de 2009

COPA E OLIMPÍADAS NO BRASIL: O ÔNUS DA VITÓRIA.

E o Rio de Janeiro iria à final do processo de escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 sob o silêncio vergonhoso desse blog, não fosse a intervenção do meu irmãozinho na undécima hora, na qual ele, inclusive, traiu sua inclinação contrária à realização dos Jogos no Brasil.

Sem traumas ou críticas. Este é um espaço livre e democrático, assim como o é nossa família (ressalvada, obviamente, a filiação compulsória às cores rubronegras cariocas, já devidamente providenciadas para a nova geração - Laura, Rafael e Victor -, por meio de intenso programa de incentivos, chantagens e lavagem cerebral pura e simples).

De fato, Felipe uma vez disse algo muito pertinente: o Brasil, com essas candidaturas a mega-eventos esportivos parece o cara que está todo endividado, mas que dá uma superfesta de aniversário em casa, gastando mundos e fundos.

A comparação é, até certo ponto, pertinente. Realmente o Brasil ainda padece de problemas gravíssimos, e parece um contrassenso a realização de despesas gigantescas para sediar Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.

Entretanto, na esteira do que tem sido debatido a respeito do já amplamente conhecido legado de tais competições, o país tem agora uma pauta objetiva para organizar vários de seus investimentos e estabelecer suas prioridades no que diz respeito à atuação governamental. A partir do momento em que o Brasil ganhou o direito de fazer a Copa e os Jogos, os cadernos de encargos e os contratos firmados pelas entidades responsáveis pela organização de tais eventos passam a ser um roteiro do que temos a fazer e, para a população em geral e, em especial, para a sociedade organizada em particular, surge a obrigação de cobrar como será feito tudo isto.

O clima de orgulho e alegria que tomou o Rio e o Brasil é mais do que merecido, mas, como disse o próprio Presidente Lula na entrevista coletiva após a vitória no processo de escolha (e vejam que eu não sou - nem nunca fui - eleitor do petista, mas devo reconhecer o acerto de sua afirmação), o compromisso assumido não é mais dos governantes atualmente de plantão, nem mais somente do Estado brasileiro que assumiram um compromisso. Assim, como os louros da conquista são de cada um de nós, o ônus das obrigações contraídas perante o mundo também é nosso.

Este blog, a partir de agora, se engaja no processo de fiscalização, participação e cobrança, de modo que a alegria de hoje se multiplique após termos realizado eventos que, além de mesmerizarem o planeta, tenham demonstrado que o esporte pode ser o nosso trampolim para um país mais civilizado.

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