quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bem observado

Para garantir a do dia e tentar manter o embalo da atualização minimamente diária do blog, mando duas colhidas por aí na última semana, mas que ainda valem.

A primeira é uma ótima observação de um camarada numa lista de e-mail, cujo crédito não explicito por não tê-lo consultado ainda. Aspas para a lucidez num sábado à tarde, em meio à ressaca da festa pela vitória da Rio 2016 na véspera:

"A imprensa e o país já começaram a fazer conta errada. Não faltam 7 anos. Faltam 5.

2009 já acabou e tudo tem que ser entregue 1 ano antes, ou seja, julho de 2015.

Vai ficar esqueleto em pé que nem o tal ex-estacionamento da CBTU que ia ser reformado para o Engenhão.

Alguém chegou a ver os projetos dos japoneses? Era um escracho de lindos!! Tinha um estádio no meio de um verde inacreditável. Eles tinham o conceito de olimpíada-verde.

Via agora o local da tão nobre prova de arco-flecha. Será no Sambódromo... No meio do cimento e debaixo do morro do São Carlos... Acho que só familia de algum arqueiro brasileiro comprará ingresso para ver uma prova num lugar desse..."

Entre a conta fria de um engenheiro (o camarada citado acima é formado nisso, mas não exerce efetivamente) e a simplificação compreensível que os meus coleguinhas jornalistas sempre dão aos fatos nos noticiários sobre as Olimpíadas, ele tocou num ponto interessante. Não faltam 7 anos. São, no máximo, numa média ponderada, menos de 6 anos para o prazo de julho de 2015. Lembrando ainda que nesse tempo ainda tem duas eleições para presidente e governador e outra para prefeito, além da Copa do Mundo aqui e, claro, de seis carnavais...

Distrações é o que não faltam para um povo que é mais afeito às celebrações do que ao hábito de fiscalizar e cobrar. Ontem mesmo, minha amada fez uma observação interessante, questionando por quanto tempo mais a mídia, o canhão mais potente de mobilização neste país, vai manter em destaque a pauta Rio 2016. Fiquei bolado com a perspectiva de, passada a badalação, pouca gente boa ter voz ativa para fazer os alertas que forem necessários.

A outra observação, também na semana passada, foi na minha passagem pela Cidade Maravilhosa, antes de se tornar "Olimpicosa", como estão chamando os Cassetas. Na via que sai do Aeroporto Internacional do Galeão, pesquei um pequeno deslize da propaganda oficial da candidatura da Rio 2016:





No detalhe:


A foto está ruim, pois eu fiz na pista de sentido contrário da via, durante o caminho de volta para Salvador, depois de perceber na chegada ao Rio. Mas acho que dá para ver. Onde estava a crase de "Bem-vindo a cidade maravilhosa"?! Talvez, os responsáveis pela produção da placa não tenham colocado o acento por ficarem na dúvida mesmo se o Rio é "A" Cidade Maravilhosa. Indício dessa minha suspeita foi terem colocado o apelido mais famoso da então candidata a sede em minúsculo. Mas, então, porque diacho escreveram com a caixa alta em inglês?!

Se começaram a meter a mão na massa pelas ruas do Rio de Janeiro desse jeito, maltratando o portuga, temo pelo que ainda vem por aí...

E você, notou algum deslize parecido com esse no trabalho da Rio 2016? Indique pelo link de comentários abaixo ou mande um e-mail para a gente. O espaço aqui é para isso mesmo. Ainda arranjo aquela vinheta recente do Cid Moreira no "Fantástico" para servir de slogan aqui no blog: "Estaaaaaamos de ooooooooolho!".

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