terça-feira, 10 de maio de 2011

DESISTIR DA COPA?

Como já disse antes aqui, descobri que não estou eventualmente enrolado, mas sim que sou um cara enrolado... Pois bem, em meio às incontáveis tarefas que arrumo para minha vida, acabo atrasando a leitura de várias coisas que me disponho a ler.

Pois bem, acabei hoje de ler a Veja da semana passada e me deparei com proposta ousada e polêmica do sempre excelente Roberto Pompeu de Toledo: desistir da Copa de 2014.

A chamada do artigo pontua da seguinte forma: "Por que não desistir da da Copa do Mundo? Não seria a primeira vez. A Colômbia, escolhida para sediar a Copa de 1986, jogou a toalha três anos antes, e o torneio mudou para o México."

O artigo é redigido na forma de uma carta aberta à Presidente Dilma Rousseff e, num parágrafo, sintetiza todos os óbices à realização de uma Copa decente no Brasil: "Os aeroportos já são um caso perdido, segundo estudo do Ipea... Nove, entre os treze que servirão ao evento, de acordo com o estudo, não ficarão prontos a tempo. Na semana passada, num gesto que soa a desespero, pois contraria um dogma de seu partido, o governo abriu a possibilidade de privatização dos novos terminais. Mesmo que seja para valer, não serão dispensada, é claro, as concorrências, os contratos, as licenças ambientais, sabe-se lá mais o quê. Mas suponhamos que dê certo, e o prognóstico do Ipea não se confirme. Muito bem, o distinto público não consegue desembarcar nos aeroportos. Suponhamos que num dos aeroportos paulistas. Novo desafio: como chegar à cidade? Não há trens, e as estradas vivem congestionadas. Como este é um exercício de boa vontade, suponhamos mais uma vez que consigam. Problema seguinte: como chegar ao estádio do Corinthians, no bairro de Itaquera, o escolhido da Fifa? A linha de metrô que o serve está saturada, e o trâfego nas avenidas com o mesmo destino é de fazer chorar. Mas suponhamos, mais uma vez, que dê certo. Enfim, chegamos. Mas... aonde? A um terreno baldio. O estádio do Corinthians não é mais que uma hipótese. Nem que vai pagá-lo se sabe."

E isto porque está o articulista falando da maior cidade do Brasil. E os "achados" da Copa como Natal, Manaus e Cuiabá, citados no mesmo artigo?

Eu, pessoalmente, acho que não há necessidade de se ir tão longe, mas diante das ameaças inflacionárias; a instabilidade no cenário econômico mundial, assim como as incontáveis demandas prioritárias do país, o projeto da Copa teria que sofrer drástica revisão, enxugando o número de cidades, adequando os projetos a uma sustentabilidade econômica pós-Mundial e optando por priorizar obras que efetivamente deixem um legado para a população.

Afinal, não era este o mote para sediarmos a Copa?

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