segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A LIÇÃO DO ESPETÁCULO - Parte I

Ontem fiquei até tarde acordado para ver a final da Conferência Americana de Futebol (AFC), último passo antes do Superbowl, a conhecidíssima final do campeonato de futebol americano patrocinado pela poderosa National Football League (NFL).

Peguei o jogo entre Pittsburgh Steelers e o New York Jets já no segundo tempo, mas é impressionante como qualquer transmissão esportiva se transforma num verdadeiro show na mão da TV.

Além da dinâmica própria de um esporte marcado pela disputa de território, que força os times sempre para o ataque, sem desvalorizar o mérito de uma boa defesa, o espetáculo das imagens e do estádio lotado mostra como explorar à exaustão o potencial de uma modalidade.

E isto me traz para o Brasil. O que sempre despertou a atenção do Mundo para o nosso esporte? A beleza e a audácia dos nossos atletas, especialmente aqueles do futebol (agora, aquele da bola redonda).

Para além de um enorme mercado interno a explorar de modo mais eficiente, potencializando as supermarcas que os times têm na mão, tratando melhor os torcedores, o Brasil joga fora a oportunidade de transformar nosso Campeonato Nacional numa liga comparável às estelares NFL, NBA e, por que não? a própria Champions League.

Ainda que pareça um delírio, há que se sonhar alto. Quem compõe a maioria dos destaques da maior competição europeia? Júlio César, Maicon, Daniel Alves, Kaká, Robinho, dentre muitos outros brasileiros que povoam os maiores times do Velho Continente.

Por que não se pode explorar a imagem do berço dos maiores atletas do futebol mundial? O que nos impede de divulgar as belíssimas imagens da festa que cada torcida faz nas diversas arquibancadas do país?

Quem concorre com o Brasileirão (e eis aí uma marca poderosa, mesmo no exterior, já que evoca a singularidade de nossa língua e de nosso trato com o futebol)? O campeonato italiano, com suas retrancas infindáveis? O espanhol, que tem um Grenal de escala mundial, mas com um resto sofrível? O holandês, que tem um Ba-Vi sem graça e no frio?

Para competir com a força do nosso futebol nacional, talvez só o campeonato inglês, com pelo menos quatro clubes de tradição (Chelsea, Liverpool, Arsenal e Manchester United) e a já mencionada Champions League, em que se reúne times de todo o continente para estabelecer uma disputa parelha.

Mas o que é preciso fazer para chegar mais perto deste mundo que parece inatingível para o futebol brasileiro?

Enquanto a segunda parte deste post não vem, vc pode mandar sua resposta.

Um comentário:

Felipe Barbalho disse...

Adorei (ui!) a definição dos campeonatos espanhol e holandês! A verve está a mil, hein?
Olha que co-in-ci-dên-CIA! Ontem, também assisti à parte final do jogo. Sabia que estava perto do Superbowl, daí desconfiei que tratava-se de jogo importante. Foi só parar por um minuto que fui pego pela mosquinha do futebol americano de novo, como naquele tempo em que assistíamos juntos na casa do pai.
SEN-SA-CIO-NAL! Muito bom. Comecei a explicar o jogo para o seu sobrinho hipnotizado pela ação, acompanhado de sua cunhada atraída pelo espetáculo. Fiquei até arrependido de não ter comprado por uns 10 dólares uma bola oval modelo infantil no outlet da Nike...
Enfim, sonhos à parte, posso depois dar um testemunho aqui (voltar a postar, na verdade), com minha experiência no Orlando x Houston que assisti na novíssima Amway Arena. Show, do início ao fim, passando, sobretudo, pelos intervalos, se é que pode se considerar que um evento como aquele tem pausa menos importante.
Minha opinião sobre a razão de ainda não conseguirmos explorar comercialmente no Brasil o potencial espetaculoso do futebol como em outros países, EUA especialmente, só dou quando publicar o post. Mas posso te adiantar que acho que isso nunca vai acontecer de forma satisfatória para loucos pelo esporte como nós...
Beijos!