domingo, 11 de setembro de 2011

A VOLTA DE UMA PAIXÃO?

Ontem voltei a lembrar porque o basquete conquista tantos corações ao redor do mundo, e quais as razões que levaram a modalidade a ser a segunda paixão do brasileiro até a ascensão impressionante do vôlei.

Um dos primeiros posts deste blog foi sobre a derrocada do basquete brasileiro, em mais uma tentativa fracassada de chegar aos Jogos Olímpicos, às vésperas da competição em Pequim (e aqui, duas conclusões: já há três anos que mantenho - mal e porcamente - este blog; e que até hoje não sei fazer um mísero link para o mesmo blog, portanto, vejam a lista completa de posts para achar o que escrevi à época...), e debatia a absoluta inépcia da CBB em resgatar o valor de um esporte que tinha uma belíssima história cenário emocional da torcida verde-amarela.

Nestes três anos, pelo que eu me lembre, postei duas outras vezes sobre o basquete, durante o Mundial, no ano passado, falando da emoção ínsita à modalidade. Já naquele momento a Seleção Brasileira mostrava evolução, embora ainda não tivesse produzido resultado.

O que se viu ontem foi o resgate de um esporte que foi mal conduzido e estava sendo mal jogado. Os times brasileiros não tinham padrão de jogo, nem equilíbrio emocional. A partida contra a República Dominicana, se não mostrou uma equipe pronta para reocupar o lugar entre os maiores que uma vez foi seu, já revelou uma equipe que sabe se controlar, que não se desespera pelas adversidades transitórias que um jogo de basquete traz consigo.

Ruben Magnano é um técnico como há tempos não senta no banco brasileiro. Um argentino para fazer o papel de libertador do nosso basquete. Superou um sem número de adversidades, inclusive arbitragens no mínimo incompetentes contra Argentina e República Dominicana, além da habitual falta de compromisso de alguns dos "astros" da NBA, para fazer uma verdadeira equipe, um time com 12 jogadores que sabem, cada um à sua medida, que podem fazer a diferença.

E, como o esporte adora nos dar lições a cada dia, o emblema desta transformação não poderia ser outro que não Marcelinho Machado, que de sucessor do "Mão Santa", passou a ser um disciplinado reserva, que entra quando chamado e dá sua contribuição.

Ninguém melhor do que este atleta, tricampeão panamericano, estrela dos times brasileiros em que joga, cestinha de quase todas as partidas de que participa, mas que até hoje não tinha o gosto de ter participado de uma edição de Jogos Olímpicos. Foi Marcelinho que deu o tom do time na fase crítica da partida contra os dominicanos, lançando arremessos de três com precisão de atirador de elite; acalmando e orientando os colegas; fazendo assistências, cadenciando o jogo, sintetizando nele próprio tudo o que não soubemos fazer nas outras tentativas de alcançar o direito de postular à glória olímpica.

Ganhamos, finalmente, tal direito. Que este 10/09 possa ser o marco do renascimento do basquete brasileiro; do reencontro deste esporte sensacional com a nossa torcida.